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quarta-feira, 28 de março de 2012

Princesa


Todas as noites ela se esgueira pelas escadas da torre. Não. Essa princesa não precisa ser salva, a não ser dela mesma.

Cabelos pretos, olhos azuis límpidos, que o mundo já não via mais, a pele alva, salpicada de vermelho fazendo coro com o vestido de seda. A madrasta trancada para sempre no porão, realmente não devia ter comido aquela maçã. Foi lindo, brutal, a cada retalho naquela pele alva, a pequena menina enchia-se de um riso infantil e, um certo brilho de maldade, ela era a princesa com o coração enterrado no gelo.

Foi ha tanto tempo, mas ela ainda sentia o gosto da morte em seus lábios rosados, não poderia suportar, teria que sucumbir de novo ao doce horror para provar a si mesma que estava viva.

Por Osmaiane

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